9 Benefícios de um Cérebro Bilíngue

04/02/2017 11:51

 

Existe uma série de razões para você estudar idiomas: conseguir melhor emprego, saber se virar quando estiver no exterior, entender o que está sendo falado em músicas e filmes, ter acesso a um maior de quantidade de conteúdo na Internet, etc. Uma coisa que poucos sabem é que saber uma segundo idioma pode ajudar a melhorar a capacidade e a saúde do cérebro.

Assim como os nossos músculos, o cérebro precisa de exercício constante para que se mantenha sempre saudável e pronto para nos servir. Esqueça as palavras cruzadas e paciência no computador, se você quiser dar uma verdadeira “malhada” no cérebro, nada melhor que aprender uma nova língua.

Aqui neste artigo reuni 9 benefício obtidos pelo cérebro quando nos tornamos bilíngues.

 

01    Inteligência

Em uma pesquisa feita pela University College London (Inglaterra), foi descoberto que o cérebro dos bilíngues desenvolve mais massa cinzenta em uma região associada a aquisição de vocabulário. A massa cinzenta concentra uma boa porção das células nervosas no cérebro. Quanto mais massa cinzenta, melhor e mais rapidamente o cérebro é capaz de executar uma dada tarefa.

Segundo pesquisa da Universidade de York (Canadá), estudantes de línguas estrangeiras tendem a pontuar melhor em testes padronizados que seus colegas monolíngues, principalmente em categorias de matemática e assim como outras tarefas de solução de problemas.

Um cérebro bilíngue está em constante conflito, ele faz um complexo malabarismo com as duas línguas. Ele é desafiado a reconhecer, negociar significados, comunicar em diferentes sistema de linguagens e decidir qual é a língua mais adequada para dar foco em cada instante. Esta atividade adicional, em comparação a um cérebro monolíngue, desenvolve vários avanços cognitivos, deste modo aumenta capacidade interpretar significados e solucionar problemas, inclusive os não relacionados a idiomas.

 

02    Poder de Decisão

Estudos da Universidade de Chicago (EUA) mostram que pessoas que dominam uma segunda língua tomam decisões usando mais a razão do que a emoção. Elas tendem a avaliar suas decisões levando em conta o longo-prazo, o que traz grandes benefícios nos negócios, na carreira, nas finanças pessoais e até mesmo nas relações afetivas. O cérebro de uma pessoas bilíngue é mais analítico, e avalia as situações de tomada de decisões com mais imparcialidade.

É como ter uma segunda opinião dentro de nossas cabeças.

 

03    Envelhecimento mais Lento

Com o avançar da idade nosso cérebro naturalmente tende a envelhecer e a perder capacidades cognitivas. Uma das melhoras formas para desacelerar este envelhecimento é fazer o uso de dois ou mais idiomas. Os estudos da Universidade de Edinburgh (Escócia) mostram que as pessoas bilíngues perdem capacidades cognitivas sempre depois dos monolíngues. Os bilíngues idosos apresentaram melhores resultados principalmente em testes de atenção, foco e fluência.

Os bilíngues ainda se mostram capazes de atrasar doenças de demência como o Alzheimer. Segundo pesquisa do Instituto de Pesquisas Rotman (Canadá), em um grupo de pacientes com Alzheimer, os que eram bilíngues começaram a apresentar sintomas da doença 5 anos depois, em média.

 

04    Memória

Muitas vezes o cérebro é comparado com o músculo, pois quanto mais exercitado mais eficiente ele fica. Então, quando se exercita constantemente a memória aumenta-se a capacidade de memorização do cérebro. Aprender línguas é um excelente exercício neste aspecto, pois consiste em registrar novas regras gramáticas, novos sons e muitas palavras novas.

Estudos da Universidade de New Brunswick (Canadá) demonstraram que bilíngues são melhores para reter listas e sequências. Isto pode ser percebido com maior facilidade para lembrar da lista de compras, lembrar nomes e direções.

Universidade de Granada (Espanha) conduziu um estudo com crianças, em que uma parte delas viviam em ambientes bilíngues. Foi revelado que as crianças bilíngues desenvolveram uma melhor memória de trabalho – responsável por guardar e processar informações de curto-prazo. A memória de trabalho tem um papel principal na execução de uma larga gama de atividades como cálculo mental (pois precisamos lembrar de números e operá-los) ou compreensão de leitura (dado que é necessário associar os sucessivos conceitos em um texto).

 

05    Percepção e Atenção

Estudos da Universidade de Pompeu Fabra (Espanha) mostram que os bilíngues são mais perceptivos e mais observadores quanto ao mundo ao seu redor. São mais capazes de focar em informações relevantes, filtrando as irrelevantes, e ainda são melhores para perceber quando uma informação é falsa.

Será que é coincidência que o famoso detetive Sherlock Holmes era poliglota?

Um estudo da Universidade de Northwestern (EUA) mostra que os bilíngues conseguem se concentrar mais facilmente no que está sendo falado em ambientes ruidosos. Isso se deve ao fato que o cérebro dos bilíngues estão acostumados se concentrar em um de seus idiomas e filtrar o outro. Por exemplo, os bilíngues têm mais facilidade para entender uma palestra dada em um auditório barulhento, ou conversar com alguém dentro de um ônibus lotado.

 

06    Criatividade

Estudos feitos pela Universidade de Georgia (EUA) com crianças bilíngues e monolíngues, apontam que quanto mais bilíngues mais criativas eles tendem a serem. Elas foram melhores em testes que envolviam soluções e problemas que necessitavam de habilidade como, flexibilidade de ideias, reconhecimento de significados e associações, uso de múltiplas abordagens, entre outras.

Saber outra língua permite que o indivíduo seja largamente exposto a outra cultura. Este é um fator que influência diretamente em sua criatividade. Quando encontra um problema, o bilíngue tem mais facilidade de analisá-lo por diversas perspectivas, e assim ser mais criativo para encontrar a melhor solução.

 

07    Multi-tarefa

Multi-tarefa é a capacidade de conseguir mudar de um padrão de pensamento para outro, mudar a forma de compreender algo, mudar com facilidade em que assunto se está dando foco, deixar de fazer uma tarefa e rapidamente iniciar outra.

Esta é uma das habilidades em que os bilíngues mais se destacam. De acordo com a Universidade Estadual de Pennsylvania (EUA), quando a pessoa é bilíngue, o seu cérebro exercita constantemente e habilidade mudar de um padrão de linguagem para outro, então são mais capazes de mudar rapidamente a sua estrutura de pensamento e trabalhar em múltiplos projetos ao mesmo tempo.

Em um dos estudos da Universidade de York (Canadá), um grupo de pessoas foram testadas em um simulador de direção de carro e em paralelo foram dados tarefas extras, como por exemplo, falar no celular. Todos dirigiram pior quando tinham que fazer as outras tarefas, mas os que eram bilíngues não pioram tanto quanto os monolíngues.

Então tome cuidado quando pegar carona com um monolíngue, por prudência, sugiro que você não puxe conversa.

 

08    Compreensão da Língua Materna

Ao contrário do que se poderia imaginar, jovens estudantes que começam a estudar cedo um segundo idioma não encontram problemas ao estudar seu primeiro idioma. Na verdade, eles tendem a melhorar ainda mais a compreensão do primeiro idioma.

Programas de estudos com imersão em francês no Canadá, programas em que as crianças aprendem seu currículo escolar parcialmente em inglês e francês como segundo língua, demonstraram isso. Apesar dessas crianças ficarem menos expostas ao inglês em sala de aula do que as de escolas normais, elas conseguem obter desempenho melhor em sua língua materna.

Ao aprender um segundo idioma você terá maior compreensão da lógica da linguagem: gramática, conjugação e estrutura de sentenças. Constantemente você estará fazendo comparações entre os dois idiomas, verificando quais são as particularidades de cada uma. Essas habilidade podem fazer de você um comunicador mais eficiente.

 

09    Facilidade para Aprender um Terceiro Idioma

Assim como a segunda língua ajuda a primeira, é evidente que também irá ajudar para obter a terceira.

Estudos da Universidade de Haifa (Israel), comparam um grupo de crianças imigrantes vindas da antiga União Soviética, que aprenderam hebreu como segunda língua, com um grupo de crianças israelenses. O objetivo era avaliar os seus desempenhos na aprendizagem de inglês. As crianças imigrantes, que estavam aprendendo inglês como terceiro idioma, obtiveram pontuações maiores, principalmente na habilidade de escrita. Uma surpresa foi a nota de hebreu, que curiosamente levaram vantagem também.

O nosso cérebro quando já domina dois idiomas ele tem uma maior compreensão de como o processo de linguagem funciona, e tem um arsenal de recursos para aprender um terceiro idioma. Ele estará mais preparado para fazer a ligações neurais necessárias para guardar as informações do novo idioma.

Para tirar vantagem desse fato, algumas escolas resolveram ensinar esperanto antes de ensinar qualquer outra língua para os seus alunos. O esperanto é uma língua artificial, projetada para ser simples, regular e, consequentemente, de rápida aprendizagem. Ou seja, conclui-se que é mais vantajoso estudar esperanto por um ano e depois estudar, por exemplo, inglês, do que estudar somente inglês por dois anos.

Imagino que seja da mesma forma como é mais fácil de ensinar xadrez para quem já sabe jogar damas.

                                    

Algumas Observações

O ideal é ter contato com dois ou mais idiomas desde criança. Não obstante, mesmo aprendendo uma nova língua na vida adulta o cérebro pode obter boa parte de todos esses benefícios. E por que parar em dois idiomas? Quanto mais melhor.

Vale comentar que não adianta ter estudado um segundo idioma por dois ou três anos e não ter mais contato com ele. É como malhar por um tempo, e querer que os efeitos sejam eternos. É necessário que a prática e uso de mais de uma língua faça parte do seu dia-a-dia.

 

Referências: